quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Os fios começam a cair...

Caros Leitores,
O Cabeleira Confusa ficou ao lado de vocês trazendo informações diversas sobre cabelo, nos âmbitos de saúde e comportamento, com duas postagens semanais.
O que de fato trouxe grande satisfação para nós ao realizar essa atividade e também poder discutir a variação das correlação sobre esse tema.
Infelizmente, a regularidade dos posts não será mais a mesma, porque somos estudantes acadêmicas e vamos partir no próximo ano para a última etapa do curso, iniciando nossos trabalhos de conclusão de curso.
Mas, pelo grande contetamento em trabalhar um assunto de tamanha relevância, porém pouco explorado em sua amplitude, esporadicamente, vocês poderão encontrar aqui novidades sobre cabelo. Pois queremos continuar a compartilhar os eventuais conhecimentos sobre a cabeleira.
Para aqueles que aqui chegam pela primeira vez ou para os que querem reler alguns posts, fica aqui a sugestão de textos e audições, produzidos nesses últimos 4 meses: O Cabeleira Confusa, A culpa é da herança genética, Avaliação médica, Crespo é tendência, Podcast: Mitos sobre cabelo, Cabelo é moldura do rosto, Barbearia: o local sagrado dos homens,Cabelo: expressão de religiões.
Esperamos a compreensão por considerarmos que não é possível conciliar as duas atividades, sem prejuízos para uma delas ou ambas.
Obrigada e até a próxima.
Fernanda Viegas e Maristela Leão

sábado, 28 de novembro de 2009

Podcast: Tratamentos Capilares

Confira no podcast abaixo como os tratamentos capilares agem sobre os cabelos e tire suas dúvidas quanto aos produtos que estão disponíveis no mercado. Participação especial da farmacêutica Karina Bellozi de Araújo.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cabelo e sexualidade

Quando se pergunta aos homens qual a parte do corpo de uma mulher que eles mais gostam, eles sempre respondem com um sorrisinho no canto da boca: bumbum ou a “comissão de frente”. Mas para surpresa geral, alguns autores dizem que são os cabelos que mais chamam a atenção deles.



Há poucos dias estava lendo um artigo sobre sexualidade na publicidade e me deparei com essa citação: “os cabelos das mulheres têm sido para muitos homens um factor determinante na eleição que estes fazem das suas parceiras” (Borbay citada por Etxebarria e Puente 2002, 228 apud Verissimo). Nesse artigo os cabelos longos são referidos como sendo símbolos de sensualidade, pureza e virgindade.

Essas comparações estão enraizadas nas diversas mitologias, principalmente as mais antigas, como a Grega. As mulheres em sua maioria são retratadas com longos cabelos e sendo muito sensuais.

Contudo, não só as mulheres são citadas, os homens que possuíssem cabelos compridos representavam força e poder. Quem não se lembra da história de Sansão? Ou então sabedoria para os homens mais velhos. E quem nunca ao ver uma criança com cachinhos loiros não a comparou com um anjo? Nesse caso a referência se faz ao anjo Cupido, que possui essa característica.

É fato mais que comprovado que os cabelos, ainda mais quando bem cuidados, chamam a atenção. Sejamos francos, se hoje vamos tanto aos salões, com certeza não é para somente nos sentirmos bem, mas também para desviar olhares.

Foto: Flickr/Creative Commons: Sagrado Corazón

sábado, 21 de novembro de 2009

Verão na cabeleira

O verão ainda não chegou, mas o calor já esquenta muitas cidades brasileiras. As vestimentas são outras e as sombras são bem-vindas. E o que as altas temperaturas representam para os cabelos?

Nesta época do ano há um aumento natural da oleosidade na cabeleira para proteger os fios da agressão do sol. Mas mesmo assim, muitos são os fios que ficam danificados. É porque, além do sol, tem o sal do mar e o cloro da piscina que contribuem para o comprometimento da saúde das madeixas. Para a dermatologista Janaína Molinari Veloso Fonseca o ideal é “lavar os cabelos com maior freqüência, preferindo água menos quente e enxaguando bem após lavar com um xampu neutro”.




A preferência por xampu neutro se dá porque esse tipo de produto libera resíduos aos cabelos e também pode causar danos, ainda mais se somado aos outros fatores. Lembrando que é para lavar mais vezes e não toda hora. O excesso de lavagem deixa os fios frágeis, sem a proteção oleosa.

Na estação mais quente do ano a doença mais freqüente nos cabelos é a micose. Janaína explica o porquê: “o calor e a umidade predispõem à infecções por fungos, com aumento dos casos de micoses”. A manifestação da doença é percebida pelo aparecimento de caspa ou manchas pelo corpo.

A coloração dos fios tem predisposição  para alterar, já que os raios solares são intensos. Uma alternativa é a utilização de chapéus e bonés que além de abrigar o cabelo protege a pele do rosto de um contato direto com o sol.

Dependendo da maneira como os fios ficarem após o verão, o tratamento para a recuperação pode ser demorado e caro. Por isso é mais interessante prevenir com cuidados simples.

Foto: Flickr/Creative Commons: Moriza

terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Barba, cabelo e Bigode"

Há alguns dias eu postei aqui uma matéria sobre barbearias (na verdade um relado sobre barbearias). Na época eu tinha conhecimento sobre um trabalho de dois veteranos meus a respeito desse assunto, procurei para linkar, mas não achei na internet o documentário que eles fizeram, intitulado de “Barba, cabelo e bigode”.

Ainda assim, acho interessante divulgar o trabalho da Elisa França e do Vitor Arantes Tancredo já que tem tudo a ver com cabelo. A princípio eles pensaram em fazer um documentário sobre conversas em salões e barbearias. Mas por fim acabaram decidindo por documentar a tradição do segundo.



A partir de entrevistas eles construíram “um diálogo entre os salões novos e as barbearias antigas para mostrar as principais diferenças entre eles, tanto no aprendizado da profissão, quanto nas técnicas e no relacionamento com os clientes”. Além disso, Elisa conta que eles perceberam que esses locais estavam acabando e que o modo de aprendizado e de trabalho hoje é outro.

Atualmente, existe uma crescente abertura de salões unisex. Esses estão cada vez mais modernos e oferecendo diferenciados serviços no tratamento dos cabelos. Contudo, as antigas barbearias, que cuidam não só dos cabelos, mas também da barba e do bigode dos rapazotes e dos velhotes, estão cada vez mais raras. Sem falar da forma como eles lidam com a clientela: com paciência, cuidado e respeito. Não estou criticando os salões, mas não agüento ir a um salão e esperar meia hora para ser atendida e ficar 10 minutos na cadeira para cortar o cabelo.

Outro fato que está em extinção, e que é tratado no Trabalho de Conclusão de Curso da Elisa e do Vitor, é a forma de aprendizado desse ofício. A navalha ainda é utilizada e algumas técnicas antigas também são freqüentes, mas a forma como isso é apreendido nem sempre é como era antigamente, ou seja, passado de pai para filho.

Infelizmente, o trabalho não está disponível na internet. Então para aqueles que gostaram do assunto e que moram em Viçosa podem passar no Laboratório do Curso de Comunicação Social/ Jornalismo da UFV para ler e assistir ao documentário. Para os que aqui não moram fica a dica: vá ao site da Elisa e lhe dê uma bronca, pois trabalho bom tem que está acessível a todos!

Foto: Flickr/Creative Commons: Trondheim Byarkiv

sábado, 14 de novembro de 2009

Comida pra cabelo

Os alimentos são o combustível do corpo. É deles que se obtém todos os componentes de que as células precisam para manterem a funcionalidade. Com os cabelos não é diferente. Para os fios também vale a máxima de que é importante ter uma alimentação saudável. “Uma dieta saudável e equilibrada interfere na saúde como um todo e não poderia deixar de influenciar na saúde dos cabelos também”, afirma a nutricionista pela UFV, Flávia Liparini Pereira.



De acordo com Flávia, o cabelo é composto por queratina (90%), água, lipídeos, pentoses, glicogênio e ácido glutâmico (8%) e minerais de ferro, cobre, zinco, alumínio e cobalto (2%). Mas ela lembra que “o corpo só mandará os nutrientes para os fios depois de suprir o que é mais importante no organismo”.

Quando se fala em boa aparência dos cabelos, trata-se do brilho, do fortalecimento dos fios e da situação propícia para o crescimento de em média um centímetro por mês. E no que tange a evitar as quedas, que é uma preocupação de muitas pessoas, a escolha dos alimentos ingeridos interfere sim nesse fator. Já que essa queda pode ser resultado de problemas hormonais, metabólicos, químicos e psicológicos, e a nutrição está diretamente ligada a todos eles.

O interessante é que a alimentação não interfere na coloração que o cabelo possui. Flávia explica o porquê: “a coloração dos cabelos depende da quantidade e da qualidade de um pigmento chamado melanina, presentes no córtex dos fios. E a variedade das cores dos cabelos se devem a 2 tipos de melanina: a Eumelanina (cabelo castanho e preto) e a Feomelanina (cabelo castanho avermelhado e louro). No entanto, com uma dieta balanceada os cabelos ficam mais vistosos e com brilho, interferindo nesse aspecto da coloração”.

Saúde pressupõe equilíbrio. Assim, o bem-estar da cabeleira depende da combinação dos alimentos que se come e da maneira como as madeixas são cuidadas externamente.

Foto: Flickr/Crative Commons: Mona.~

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Cabelo: expressão de religiões

Cada cultura possui uma forma de se manifestar e de se representar aos outros. A religiosidade é uma das características culturais mais marcantes na distinção de povos. Cada religião em sua determinada cultura possui crenças que expressam uma ideologia.

O professor do Departamento de História da Universidade Federal de Viçosa, Ângelo Adriano Faria de Assis ainda acrescenta que cada cultura é distinguida por meio de diferentes tipos de condutas, sendo o cabelo uma das formas de refletir como as pessoas lidam com o divino.

Assim, algumas religiões cobram de seus fiéis e entendem como práticas de religiosidade determinados tipos de comportamentos, como que roupas vestir, o cuidado com os cabelos e o uso de alguns acessórios na cabeça, como chapéus e panos. Esses fatos demonstram os tipos de relação que o indivíduo tem com a sua religião, assim como também o status e/ou o papel que esse exerce na mesma.

Um exemplo é o caso de alguns padres da Igreja Católica que raspam o alto da cabeça como forma de representar em que posição hierárquica estes se encontram. Outro caso são os homens judaicos que deixam crescer cachos de cabelo e a barba simbolizando conhecimento e maturidade. Ou ainda, o Protestantismo, no qual as mulheres não cortam os cabelos e não possuem vaidades para transparecer humildade e respeito.



Essas diferentes maneiras de transpor as crenças muitas vezes só são compreendidas entre aqueles que estão inseridos naquele determinado contexto e/ou universo simbólico da religião. O professor Ângelo diz que essas diferentes demonstrações dentro das religiões merecem respeito e tolerância, uma vez que aquilo que me é estranho pode ser natural ao outro, assim como meus costumes podem ser estranhos aos demais.

Foto: Imagens do Google

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cabeleira inatingível

São as mães quem decidem os penteados dos filhos até que possam fazer isso por conta própria. Nesse período, elas transmitem a eles a carga cultural por elas apreendida e a fazem manifestar nas crianças.

Alguns, quando se tornam mais velhos buscam fugir do que lhes era passado, com a intenção de construir e apresentar uma identidade, um diferencial. São, por isso, comuns as formações de tribos e com elas as caracterizações.

São muitas as informações presentes na arrumação do cabelo, começando por se perceber a necessidade sentida pelas pessoas, principalmente os adolescentes, em seguir os padrões de beleza.

Nos últimos dias, as notícias sobre esse assunto consideraram que o que está acontecendo são questionamentos quanto aos parâmetros de beleza. E eu digo que o que está se configurando é a ampliação de um mercado, o mercado dos produtos para cabelos crespos e enrolados.

Agora é isso, daqui a pouco a tendência é outra. As mudanças periódicas não são o problema, O que causa agravantes é a insatisfação frequente em que as pessoas vivem. Estão sempre querendo alcançar algo e parecem que nunca estarão satisfeitas.

sábado, 31 de outubro de 2009

Cabelo fala

Você está sempre em comunicação com outros seres vivos e com o mundo. A todo o momento variadas mensagens são transmitidas de modo verbal ou não verbal. São opiniões, desejos, sensações que contribuem nos relacionamentos em sociedade.

Nós, humanos, somos seres sociais que interagimos com os outros a partir da nossa cultura. O cabelo é uma importante ferramenta (vamos dizer assim) de transmissão de ideias. Como me disse o psicólogo da Divisão Psicossocial da UFV, Felipe Stephan Lisboa, "o cabelo é uma forma de expressão social".


Por meio dele os outros te percebem ao mesmo tempo em que você se percebe. Parece complicado? Vamos com calma... O cabelo está ligado a auto-estima e a auto-imagem. São compreensões que você tem sobre si. O que você é? Quais são as suas características?

Suas percepções sobre você são expostas pelo seu corpo (destacando aqui o cabelo), suas ações, seus pensamentos. E o que você externa, a imagem que você transmite de você, está relacionada às coisas que você crê e gosta.

"A gente se percebe pela forma como as outras pessoas nos enxergam". É assim que se forma a compreensão de muitas situações. E Felipe exemplifica: "uma criança faz alguma besteira. Ela percebe que é besteira à medida que os outros falam que é besteira".

A cabeleira tem função social de mediar relações interpessoais, de acordo com o psicólogo Lisboa. As madeixas comunicam e permitem a interação social. Mas e os carecas? Não ter cabelo também informa algo?

Em “É dos carecas que elas gostam” apontamos que os calvos podem transparecer segurança e estabilidade familiar. Porém, Felipe acredita que esses conceitos estão associadas à idade e ao amadurecimento natural. E acrescenta que a atração se dá pela combinação de muitos fatores, não só pela aparência.

Só tem um jeito de saber se a sua imagem realmente passa o que você acredita ser: quando você se vê no espelho e isso (a imagem refletida) “não é estranho pra você e você se sente bem”, conclui Felipe Lisboa.




Foto: Flickr/Creative Commons: colin j.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Barbearia: o local sagrado dos homens

Há um tempo atrás acompanhei meu namorado em uma barbearia aqui de Viçosa. O lugar era pequeno, sem muitos luxos, mas bastante limpo. Fiquei folheando um jornal velho para passar o tempo enquanto ele cortava os cabelos, que para minha surpresa, foi bem rápido. Tudo bem! Confesso que meu namorado é quase careca, mas acredito que ele não foi a exceção.

Entre uma passada de olho e outra no jornal eu ia observando a agilidade que o barbeiro tinha com a tesoura, outras vezes com a navalha ou então com aquelas maquininhas de aparar os cabelos. E como boa mulher que sou, fiquei de ouvidos atentos nos assuntos que surgiam.

Sim! Os homens também adoram fofocar na barbearia! Seja sobre o futebol, política ou aquela garota bonita que acabou de passar na rua, existe sempre um comentário ou uma piadinha na ponta da língua.



Outra coisa que notei foi como a grande maioria dos homens são práticos e muitas vezes decididos. “Pode cortar tudo”, “apara as pontas” ou para os frequentadores assíduos "o de sempre!" , assim sem muitos penteados ou cortes variados. É claro que de vez em quando aparece algum com desenhos na cabeça ou uma cor diferente nos cabelos. Mas a grande maioria opta pelo básico.

Mesmo assim fiquei pensando: já vi homens em salões, estéticas e SPAs, uma vez que estão cada vez mais vaidosos, mas nunca vi uma mulher em uma barbearia. Me deu uma vontade louca de perguntar ao barbeiro se ele já havia atendido alguma mulher. Mas me contive, prefiro acreditar que a barbearia é o local sagrado dos homens. Lá eles podem se cuidar e se sentir belos sem ferir sua masculinidade.

Foto: Flickr/Creative Commons: Elmo Alves

sábado, 24 de outubro de 2009

Relacionamento no salão

Cortar o cabelo, colorir, hidratar, escovar parecem atividades comuns e simples, principalmente para as mulheres. Mas ao contrário do que se pensa, muitas pessoas tem medo de ir ao salão de beleza. Esse receio é desenvolvido por algumas situações de desconforto vivenciados nesse ambiente.

É o caso da estudante de 25 anos, Fernanda Cristina Caparelli de Oliveira.  “Eu fui cortar o meu cabelo e quando eu cheguei no salão, a secretária que me atendeu foi quem veio cortar o meu cabelo. Ela começou a cortar a minha franja e eu falei que ela tava cortando muito. E eu pensava que algo estava errado. Quando ela parou eu estava igual um cebolinha. Ela cortou a minha franja no meio da testa e eu tenho a testa grande. Ai, comecei a chorar desesperada no salão. A moça começou a me dizer que o cabelo crescia e que eu podia usar tic-tac e ainda cobrou sete reais pelo corte. Fiquei muito irritada. Eu só saia de casa com boné.”, conta ela.



Não são só os clientes que percebem que a dificuldade de relacionamento com o cabeleireiro pode gerar insatisfação. Os profissionais do cabelo consideram que o seu trabalho fica mais complicado quando não conseguem entender o que o cliente quer. Cabeleireira há 4 anos, Lúcia Gonçalves Moreira, acredita que o segredo é conversar com a pessoa que vai atender, antes de começar a fazer o serviço.

Lúcia acrescenta que os peteados também geram dificuldades de compreensão entre o cliente e o cabeleireiro. Porém, a grande reclamação quando o assunto é ir ao salão é quanto a cortar as pontinhas, é o que diz  Suely Januário Galeano, de 35 anos: "Eu não gosto quando peço para cortar as pontas do meu cabelo e a cabeleireira corta muito mais do que eu peço. Eu fico muito chateada”.

O que está em questão aqui é a experiência do cabeleireiro em confronto com o gosto do cliente. E o que dá bons resultados é a mistura das duas coisas. Para isso, deve haver muito respeito entre as partes.

Foto: Flickr/Creative Commons: emrank

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cabelo & Música (parte II)



Que os estilos musicais ditam moda, isso todos sabem. Porém as tendências lançadas possuem um significado simbólico muito maior do que se pensa. Suas marcas definem  tanto tempos históricos quanto formas de expressar um sentimento ou uma ideologia.

 

Um cantor de um determinado estilo musical ao se apresentar com um acessório ou uma roupa diferente e principalmente um novo corte de cabelo ou penteado vai chamar a atenção de seu público podendo, se o figurino for cativante e/ou forte, influenciar seus fãs. Esses compartilharão dos mesmos gostos e transmitirão suas ideias através dessa nova moda.

É claro, que não são todas as pessoas que ao gostar de um gênero musical irão se arrumar da mesma forma que seus ídolos. E também existem aqueles que não são fiéis a um único estilo ou não se importam muito com o que está sendo transmitido na música. Um dia aparecem com calças rasgadas e o cabelo meio despenteado e no outro já estão com uma franja lisa sob os olhos conforme a mídia enfoca, mais ou menos em um grupo ou cantor.

Ainda assim, as eras e gerações passadas estão marcadas por tendências que nos dizem muito sobre a economia, política e cultura vividas na época. Elementos esses considerados ainda hoje matéria prima de diversas letras de música. Quem não se lembra de Bob Marley com seus cabelos rastafari proclamando a paz e pedindo o fim da fome, com o reggae nos anos 60 e 70? E os punks, também dos anos 70, reivindicando os padrões de beleza com os cabelos espetados e coloridos?

Isso nos mostra que não só a música é forma de expressão, mas o corpo e os cabelos estavam e ainda estão diretamente relacionados com uma postura perante os acontecimentos na sociedade.

Leia também:


Fotos: Montagem de Maristela Leão com fotos do Flickr/Creative Commons: Dani_vr, Steffe,  kindofadraagJasonRogersFooDogG iraffeBee, Seo2 | Relativo & Absoluto,  JSchoeck,  dubdem sound system.

sábado, 17 de outubro de 2009

Crespo é tendência

A moda agora é usar o cabelo natural.  Ou melhor, usar o cabelo crespo, pois quem tem cabelo liso, geralmente não faz grandes mudanças, até porque este é o padrão de beleza: cabelo bom e bonito é o cabelo liso.

Assim como roupas e acessórios, os "tipos" de cabelo também tem seus períodos de auge. Tempos atrás, o loiro estava em alta, por causa da personagem Leona, vivenciada por Carolina Dieckmann na novela "Cobras e Largatos", da emissora Globo. Agora é a vez do crespo, que, novamente, ganha repercussão devido a uma personagem global. Taís Araújo interpreta Helena na novela "Viver a Vida". Uma modelo que assume os cachos e faz sucesso com eles.

Será que dessa vez a moda pega ou será mais uma entre tantas outras que vem e passa?

É como se agora as pessoas ganhassem coragem para ir contra os padrões de estética tão enraizados na sociedade brasileira. Somos uma população mestiça, com origens afro que segue os moldes europeus, e  que agora, "ganha" da mídia o aval para mudar, para se assumir.

Tenho os cabelos cacheados e bem volumosos, e os amo dessa forma. Só que na correria do dia-a-dia, a necessidade de ser prática me faz ficar com eles presos. No entanto, essa semana, fui para o estágio com os cabelos soltos. Daí,  uma conhecida minha passou por mim e já foi logo perguntando: "está deixando os cabelos soltos para mostrar os cachos igual a Taís Araújo?" Preferi sorrir e não responder. Mas a minha resposta era "não". 

O cabelo encaracolado é uma das identidades de grande relevância do negro. No entanto, a grande miscigenação histórica no Brasil demonstra o quanto temos diversificação cultural. Vemos pessoas de cor de pele branca com os cabelos cacheados, mulatos com olhos verdes, e uma infinidade de outros jeitos. Porém, ainda assim a cultura afro é pouco valorizada, e os cabelos são a forma mais fácil de abafar essa diferença. Os belos cabelos cacheados são alisados, puxados e hidratados aos milhões em todo o mundo, gerando uma economia gigantesca em torno de cremes, produtos e químicas que os deixem lisérrimos.

Foi justamente isso que o editor executivo, Ivan Martins debateu na sua coluna, no site da revista Época, nesta semana. "A estética e a moda dizem muito sobre a auto-imagem dos povos" afirma ele. Sua opinião repercutia sobre a matéria da jornalista Martha Mendonça, no mesmo site. Ela discutiu a representação do crespo e suas consequências no Brasil e no mundo.

É engraçado como as pessoas reagem as influências da mídia, principalmente quando o assunto é beleza.  Há uma corrida, agora, em deixar os cabelos bonitos ao natural (para quem tem os cabelos crespos). O que se esquece é que esses modelos de beleza foram criados, especialmente, para movimentar a economia. Se parar para pensar, vai perceber que não se conhece quem tenha criado esses padrões. Quem disse que cabelo liso é o bonito, é o bom? Sabemos que é isso o que vemos e ouvimos todo o tempo. Mas nem sempre concordamos.

Foto: Globo.com


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Cabelo & Música (parte I)

Toda música, quando escrita e depois cantada, mesmo que não tenha a intenção, transmite uma ideia. Seja de amor, de protesto ou simplesmente pedindo para mexer o popozão. As pessoas se identificam com essa mensagem, e a partir disso retransmitem-na simplesmente cantarolando ou tornando-se fã do cantor e/ou compositor, passando assim a comprar seus discos.

Diversos elementos são utilizados nas letras das músicas para comunicar esses conceitos. Um deles é o cabelo! Não há conteúdo, pelo menos não encontrei em uma busca na internet, textos que diga especificamente qual seria a mensagem que o elemento cabelo citado em músicas poderia repassar. No entanto analisando algumas letras de músicas brasileiras, podemos chegar a algumas conclusões gerais. Delimitei-me a observar principalmente os gêneros sertanejo, MPB e axé.

O estilo sertanejo, normalmente, utiliza o termo cabelo para se referir a mulher amada ou a uma lembrança do passado. Quem nunca escutou esse refrão:

"E hoje o que encontrei me deixou mais triste 
Um pedacinho dela que existe 
Um fio de cabelo no meu paletó 
Lembrei de tudo entre nós 
Do amor vivido 
Aquele fio de cabelo comprido 
Já esteve grudado em nosso suor"




Mesmo para os que não gostam desse ritmo musical, Fio de Cabelo interpretado pela dupla Chitãozinho e Xororó, Bruno e Marrone, entre outros, já entrou para lista das músicas sertanejas mais conhecidas.
Já os gêneros MPB e axé costumam mostrar o que o cabelo transmite e a diversidade capilar, em termos de forma, cor e espessura. Reparem:



"Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada (...)
Cabelo vem lá de dentro
Cabelo é como pensamento"




"Cabelo Raspadinho, estilo Ronaldinho
Cabelo pintado ou Veó 
Cabelo embaraçado, encaracolado, Rastafari, Rock`n Roll "


Mais uma vez, constatamos, agora por meio de músicas, que o cabelo possui grande importância na relação do que somos. Os compositores/músicos retratam a realidade expressiva de uma heterogeneidade de estilos e a constante busca por mudança através do cabelo, além de como queremos ser vistos.

Fotos: Google

sábado, 10 de outubro de 2009

Cabelo é a moldura do rosto

Que o cabelo compõe o corpo está na cara. O que não parece muito obvio é a sua influência na construção da personalidade das pessoas. Quando se pensa em personalidade, muitas vezes, lembra-se das características psicológicas e individuais de cada um. Mas as particularidades físicas e sociais também são grandes contribuintes para a formação ou representação do indivíduo.

Foi isso que me disse a psicóloga Isabel Maria de Andrade: “cada um representando a si”. Os atores socias, que são os seres humanos, enquanto parte de uma sociedade, possuem as suas peculiaridades que são possíveis de agrupamentos. Nesse contexto, na vivência em instituições, começando pelas famílias, há a influência das relações com os parentes, afetividades sociais e ambientais.

A cabeleira de cada um já tem especialidades, devido aos fatores genéticos e de hereditariedade. Também, está ligada a alguns conceitos já existentes e reproduzidos. É o que mostra o trecho do livro “A linguagem do amor”, de Walter Sagardoy: “os cabelos sempre foram vistos, desde o começo dos tempos, como um símbolo de força, sedução, um diferencial para cada uma das pessoas”.



Além disso, a cabeleira, por permitir modificações é uma grande aliada das fases da vida. O que primeiro se pensa quando se sai de um período conturbado para uma época de calmaria? “Agora é tudo novo, bola pra frente”. Não é isso? E o que se muda, logo de cara? O cabelo. Aparência nova, vida nova!

O cabelo mexe com a auto-estima, com o sentir-se bem. Para Isabel, “nós podemos fazer uso da contemporaneidade para mudarmos o cabelo e ficarmos da maneira que quisermos”. Ou seja, atualmente, as experimentações e escolhas são mais permitidas. Tem-se mais acesso a produtos e tecnologias que podem proporcionam verdadeiras mudanças na “moldura”. “Posso dar retoques na moldura. Usá-la, moldá-la, acondicioná-la, detalha a psicóloga.

Os fios sobre a cabeça tem a força da imagem. Essa preocupação com a maneira como se é visto, é bem-vinda por proporcionar identificação. Por outro lado, a não aceitação de si pode gerar sérias neuroses, e consequentemente, ocasionar o afronte a própria natureza. Muitos são os vulneráveis as tendências das estações ou dos produtos norte-americanos, que para assumir um estilo são capazes de alterar partes inerentes ao corpo, com é o caso do cabelo.

Com os anos, os anseios sociais mudam. Isso é normal, isso é natural. Contudo, os níveis de exigência aumentam. O tão desejado termo “bem-sucedido” extrapola as questões econômicas, atingindo também a aparência. É a completude. Não se satisfaz mais em simplesmente ter potencialidades, é preciso sempre mais.

Logo, a vaidade de arrumar o cabelo está muito além de ser só um cuidado estético, é o “eu” sendo formado para a sua avaliação cotidiana.





















Foto: Flickr/Creative Commons: Studio Nouveau, Sherman W., Vít Hassan e Rafael Steil

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Podcast: Mitos sobre Cabelo

Confira no podcast abaixo os mitos mais freqüentes sobre o cabelo e saiba se são verdadeiros com a médica dermatologista Janaína Molinari Veloso Fonseca.

sábado, 3 de outubro de 2009

"Pintar" os cabelos?

Esse post se resume em uma dica de linguagem. A mania nacional é dizer “vou ali pintar os cabelos”, “pintei meu cabelo de loiro” ou ainda “a tinta do meu cabelo está desbotando”. Isso tudo está errado!


Segundo a cabeleireira Maria do Rosário Silva Guedes o correto é dizer “vou ali colorir os meus cabelos”, “colori meu cabelo de loiro” ou então “a coloração do meu cabelo está desbotando”.

A terminologia é simples, mas os que não são profissionais acabam utilizando a palavra inadequada para esse tipo de situação.

Acha que é frescura? Pense assim: quem pinta, pinta parede e o profissional se chama pintor. Já os cabeleireiros jogam cor e vida aos seus cabelos, ok?



Foto: Flickr/Creative Commons: daniel.julia

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Viva o loiro!

Angelical, puro, sexy, moderno são alguns dos adjetivos dados aos cabelos loiros ao longo da história. Podem parecer contraditórios, mas o loiro desde tempos mais antigos gera repercussão e discussão.



Atualmente apenas cerca de 2% da população adulta do mundo possuem o cabelo loiro natural, os outros restantes que vemos andar aos montes com as mexas claras pela rua, procuram cabeleireiros para mudar a cor original do cabelo.

A cabeleireira há 23 anos, dos quais 21 em São Paulo (SP), Maria do Rosário Silva Guedes, diz que 80% das pessoas que procuram modificar a tonalidade preferem clarear os fios. Um número bastante expressivo, que demonstra que as piadinhas, no mínimo preconceituosas com as loiras, não prejudicam na hora de alterar a cabeleira.

Maria do Rosário diz que além da vaidade, as pessoas estão sempre querendo se transformar, e o cabelo é o primeiro item a entrar na lista. Ela ainda acrescenta que a próxima tendência é fazer mexas finas, douradas ou bem claras. Influência da Ivone, personagem de Letícia Sabatella na última novela das 8 da emissora Globo.

Confesso que já pintei o cabelo algumas vezes. Sendo que em todas eu era surpreendida com um friozinho na barriga, devido a ansiedade de ver o resultado. Dos 14 aos 19 anos, as luzes eram a minha preferência. Daí resolvi colorir o cabelo de loiro claríssimo. Na época fiquei admirada com os cabelos loiros de Leona, da novela global Cobras e Largatos, interpretada por Carolina Dieckmann.

Bem, o resultado com certeza gerou polêmica! Alguns disseram que eu fiquei linda, outros horrenda (rsrs). No final cansei de escutar se estava passando bem, porque parecia tão pálida ... e decidi escurecer as madeixas.


Não são todas as pessoas que combinam com cabelos loiros, sem falar que existe uma infinidade de tonalidades para essa cor. Por isso quando você resolver colorir, procure um profissional e estude o que ficaria melhor com seu tom de pele ou sua personalidade. E não caia na besteira de querer ser a Carolina! Se tudo for a favor, renda-se ao poder e a glória do loiro!

Fotos: Flickr/Crative Commons: André-Batista e Zach Klein

sábado, 26 de setembro de 2009

Cabelos brancos

Não é comum, mas tem pessoas que tem cabelos brancos e gostam disso. Na verdade, elas tem explicações próprias e acreditam que tem vantagens "aceitar" a cor que o cabelo ganhou com o passar do tempo.

O operador de máquina copiadora, Joaquim Dimas Teixeira, de 53 anos, participou de um vídeo para o Cabeleira Confusa (o vídeo está no primeiro post) e ele disse que "os cabelos brancos são a glória do homem". Joaquim nos contou que ele leu essa frase na Bíblia e que ele cre que isso é verdade. Quando ele nos deu este depoimento fiquei curiosa e resolvi procurar. Achei! Está no livro Provérbios, capítulo 20, versículo 29. E tem mais: Provérbios, capítulo 16, versículo 31.
Calma, eu não estou confundindo as coisas. A palvra "cãs" significa "cabelo branco". Em Bíblias de traduções mais recentes isso já está trocado.

A relação com o cabelo branco representa questões morais entre as pessoas. Para Joaquim, os seus cabelos transmitem respeito e ele se sente muito vigoroso. "As pessoas até me elogiam", afirmou. Além disso, ele não entende que cabelo branco é sinônimo de velhice e esclarece: "quanto mais ele fica branco mais eu gosto".



Hoje já se sabe que os fios ficam brancos por perderem uma substância chamada melanina. E isso não acontece só em pessoas mais velhas. Jovens podem apresentar fios brancos. Mas a ideia comum é que quem está começando a ter uma "cabeça branca", está ficando velho. Ai, só tendo um motivo muito relevante, como o do Joaquim para se relacionar bem com o próprio cabelo.


A liberdade de estilos que se vê na atualidade diminui um pouco dessa preocupação em ter que pintar os cabelos. É cada um do seu jeito. Já reparou em grandes cidades? Você anda pelas ruas e vê muitas pessoas com maneiras de se arrumar bem diferentes da sua. E em uma universidade, então? Quanta criatividade! As pessoas se posicionam também por meio dos cabelos. Os que não gostam do que a natureza proporcionou, buscam mudar. Os outros, exibem o que tem com satisfação.











Foto: Flickr/Creative Commons: g_cowan; JPhilipson; ephramjames

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cabelo no ralo? Pode ser doença!

O cabelo possui um ciclo de vida de 5 anos. Ele nasce, cresce e cai. É, isso mesmo, cai! É normal o cabelo cair e não se espante com isso. Contudo, é preciso ficar atento com a freqüência e o volume dos fios no chão, pois existem diversas outras causas para a cabeleira despencar e nesse caso não é saudável.

Segundo a dermatologista Silvânia Saraiva Viana os motivos dessa queda podem ser devido à calvície; excesso de hormônios; anemia (falta de ferro); stress ou traumas psicológicos; doenças de um modo geral, como câncer, tuberculose, pós-infecções e claro, as doenças próprias do couro cabeludo.

Esta última são muitas e os termos, pra ser sincera, são bem técnicos, por isso vou tentar explicar as doenças mais comuns e de forma mais simples.

1 – Micoses do couro cabeludo: mais freqüentes em crianças. É causada por fungos e pode ser transmitida de pessoa para pessoa.



2 – Tricotilomania: não se assuste! O nome é feio, mas a explicação é simples. Trata-se apenas da atitude que algumas pessoas, ao ficarem nervosas ou ansiosas, arrancam os próprios cabelos. Acha que é brincadeira? Esse comportamento, às vezes, é inconsciente, a pessoa passa a mão na cabeça ... dá uma enroladinha nos fios ... e crec! Puxa o fio.

3 – Alopecia de tração: sabe as transinhas rastafari? Esse é um exemplo para a queda do cabelo por tração. O que acontece é que a raiz não suporta a força com que os cabelos são puxados em alguns penteados e dessa forma o fio cai. Porém, o uso constante desses estilos pode fazer com que mais e mais fios caiam e algumas vezes não volte a crescer.



4 – Dermatite seborréica: mais conhecida como caspa! Na verdade não se trata de uma doença e também não faz o cabelo cair. Mas a sua ocorrência é bastante comum, então é bom esclarecer algumas dúvidas. Em primeiro, se trata de um distúrbio genético, no qual a glândula sebácea se desenvolve mais que o normal e consequentemente produz mais óleo. Meio esse propício para o surgimento de bactérias e fungos que se alimentam e se reproduzem formando assim a caspa. Em segundo, é importante ressaltar que a caspa não é transmitida de pessoa para pessoa ou por objetos e não se trata de falta de higiene. Por falar nisso, xampus anti-caspas apenas auxiliam no tratamento, pois eles são anticépticos e limpam o couro cabeludo.

Na dúvida, qualquer coceirinha, irritação ou inflamação que apareça no seu couro cabeludo a melhor opção é procurar um clínico geral ou um dermatologista. Só eles poderão orientar o melhor tratamento, sendo que em alguns casos será necessário também o acompanhamento de um psicólogo.

Foto: Flickr/Creative Commons: Nina Maria

sábado, 19 de setembro de 2009

Avaliação médica

O Ministério da Saúde adverte: muitas doenças estão diretamente relacionadas ao trabalho (arquivo em pdf).

Bem que muita gente queria, mas não pode deixar de trabalhar por isso. Ainda mais que muitas vezes as dores podem aparecer pelo fato de a pessoa desenvolver a atividade profissional de maneira não adequada. Todo trabalho, por mais tranquilo que seja, se realizado de modo a não prezar pela segurança pode gerar grandes transtornos.

As doenças são uma das consequências desse descuido no ambiente de trabalho. No caso dos cabeleireiros, a falta de prevenção apresenta-se como o principal risco. São coisas básicas que podem ser realizadas todos os dias e que poderíam virar hábito. Assim como um atleta, tem que "aquecer" antes de começar a "exercitar". Vamos aos exemplos: para as varizes, o médico especialista em medicina da família e da comunidade, Marcello Rebello Lignani Siqueira, recomenda "ficar um pouco na ponta do pé e depois no calcanhar, na ponta do pé no calcanhar; andar um pouco, sempre que puder; deixar as pernas suspensas por 10 a 15 minutos para facilitar o retorno do sangue".

Junto com as varizes, ele classifica a LER e a síndrome do túnel do carpo, que abordamos no post anterior, como outras duas enfermidade ligadas ao trabalho do cabeleireiro. Mas ele faz uma ressalva: "o termo LER não é mais utilizado, é mais DORT, que é Doença Orteo-muscular Relacionado ao Trabalho".

A base do tratamento da DORT, de acordo com o nosso médico, é a fisioterapia e a reeducação postural. A síndrome também é tratável. Com cirurgia pode-se desinflamar os tendões e diminuir a pressão nos pulsos. Ambas podem gerar o afastamento do profissional de sua atividade, quando se comprova que a doença é derivada da repetição de ações no trabalho.

O ideal seria que o cabeleireiro pudesse ter mais intervalos durante a atividade profissional. Não trabalhasse muitas horas seguidas para que a musculatura descansasse da atividade que estava sendo realizada para depois retomá-la.

Conversando com o Marcello descobri outro fator que pode trazer riscos à saúde do cabeleireiro: o salão. O ambiente, muitas vezes é fechado, o que facilita a transmissão de doenças respiratórias, como gripe, sinusite, amidalite e faringite. Várias pessoas circulam pelo salão todos os dias e o cabeleireiro tem um contato muito próximo com as pessoas.

Ainda um outro risco apontado pelo médico é quanto as micoses no couro cabelo dos clientes. O contato com o cabelo doente pode transmitir o fungo para o profissional do salão. A esterialização, do utensílios usados no salão (tesoura, escovas, pentes...), neste sentindo, faz-se necessária para que os microorganismos que sempre estarão presentes não se multipliquem.

Já quanto aos produtos químicos, ele diz que não causam doenças, mas ressecamento da pele e desidratação. Dependendo da maneira como é realizado o uso do produto, pode se desenvolver uma alergia. E ele alerta: "ficar atento ao cliente. Se derepente ele começou a usar um produto químico e depois começou a ter alguma reação, é imporante interromper no (mesmo) momento e pedir a orientação de um médico, para ver se foi uma reação àquele produto ou não".

Todos os cuidados devem ser tomados quando se fala de saúde. Ainda mais quando essa atitude pode oferecer, ao mesmo tempo, segurança para a sua própria saúde e status de qualidade para os clientes. É ou não é uma boa preocupar-se com a prevenção?



terça-feira, 15 de setembro de 2009

Riscos aos cabeleireiros

Quando você procura por um salão de beleza, você está procurando se cuidar, arrumar-se. Ao se preocupar com o seu visual, você acaba preservando a saúde do seu cabelo. Por outro lado, os cabeleireiros que se dedicam a grandes jornadas de trabalho, podem ter prejuízos ao bem-estar do próprio corpo.

Os profissionais do cabelo passam muitas horas em pé e realizam movimentos repetitivos. Por essas atividades, sentem dores nas pernas, aparecem varizes e fortes dores em pulsos, braços, ombros e pescoços.
Uma doença já conhecida e que aparece entre os cabeleireiros é a LER. Outra que possui sintomas parecidos com esta é a síndrome do túneo do carpo, que Tamara Brandi Soares, cabeleireira há 23 anos, possui. "Escovas em cabelos muito grandes, eu não posso fazer mais, pois sinto dormência e dor nas mãos", afirma.

Além desses fatores, na rotina de um salão de beleza não se pode descartar o contato desses profissionais com os produtos químicos. A pele e os olhos ficam expostos à química, o que poderia ser evitado com a utilização de luvas, máscaras e óculos de segurança. Mas este não é um hábito muito recorrente entre os cabeleireiros, como conta Tamara: "a gente deveria usar máscara, mas eu não consigo muito trabalhar de máscara e luva".

Como se não bastasse todos esses riscos à saúde do cabeleireiro (arquivo em pdf), ainda existe a variação de temperatura. O dia-a-dia de um salão envolve atividades variadas. Ou seja, ora se tem contato com altas temperaturas e ora com baixas. Por exemplo, lava-se um cabelo e depois o seca, e assim por diante.

Realizar atividades físicas como forma a preparar o corpo para a rotina pesada dessa profissão é o básico e faz-se necessário para reduzir a incidência de futuros problemas de saúde.

Interessou-se pelo tema? No próximo post você confere as doenças mais frequentes entre os cabeleireiros, o modo de as prevenir e os tratamentos existentes.

Foto: Flickr/Creative Commons: .danica; Martina Raschelkittel

sábado, 12 de setembro de 2009

É dos carecas que elas gostam

Pesquisas feitas com mulheres apontam que homens cabeludos são mais atraentes. No entanto, são os calvos e carecas que têm mais chances de ser escolhidos para elas se casarem. Conforme a pesquisa os carecas transparecem segurança e estabilidade familiar.
Bem, se é dos carecas que elas gostam vamos entender por que os homens perdem cabelo! Como dissemos no outro post, a genética, em grande parte, é quem diz como somos ou iremos ser. Logo, sinto informar para aqueles que não gostam de sua calvície que você possui o gene com uma variação que favorece a queda de cabelo.

Segundo o professor de genética do Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Viçosa, Carlos Roberto de Carvalho, esses genes com variações são herdados principalmente do cromossomo sexual X, ou seja, são as mães que repassam para os filhos essa propensão. Nesse caso, como o homem tem apenas um X e se ele apresentar o referido gene com defeito o indivíduo poderá desenvolver calvície. Esse quadro é decorrente da presença da dihidrotestosterona em altas concentrações na sua forma livre, ou seja, de uma fisiologia alterada que aumenta a produção do hormônio masculino, o que culmina na perda dos cabelos (alopeccia androgênica).

ATUALIZADO
Acho que surgiu algumas dúvidas! O senso comum diz que homem calvo necessariamente terá filhos com calvície. Pessoal, atenção! Isso está completamente errado. A calvície é um fator relacionado ao cromossomo sexual X. Logo é a mulher quem transmite essa herança. Mas é importante ressaltar que a mãe não precisa apresentar essa característica só porque possui esse gene. Logo, o exemplo: pai calvo, mãe normal com filho calvo, significa que a mãe não manifestou a propensão de ser calva mas transmitiu o gene. Explicado?

Lembram-se dos componentes ambientais? Pois é, na calvície, alimentos muito gordurosos, poluição e estilo de vida sedentária também podem acelerar o processo de perda do cabelo.
É importante ressaltar que a calvície não é uma característica masculina, as mulheres também podem ser calvas. A diferença entre a calvície da mulher e do homem é que a primeira não fica, em geral, careca, mas apenas os cabelos ficam fracos e ralos. A presença de dois cromossomos X nas mulheres atenua o problema.
Existem tratamentos que podem diminuir o processo da calvície. Eles agem na regulagem enzimática da via metabólica da testosterona, porém podem ocorrer efeitos colaterais indesejados como a impotência e problemas cardiovasculares.
Cuidado! NÃO existem xampus, cremes produzidos com plantas medicinais ou similares com efeitos milagrosos que dizem diminuir ou acabar com a calvície! O que existe é muita gente mal intencionada querendo lucrar por meio dos desinformados. Contudo, a uma notícia boa: as indústrias farmacêuticas estão investindo altos recursos financeiros em pesquisa e já há recentes descobertas da genética para que os cabelos deixem de cair.

Ouça também um podcast sobre calvície feminina aqui.

Foto: Flickr/Creative Commons: Luciano Meirelles

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A culpa é da herança genética!

“Nunca existiu e nunca vai existir uma pessoa igual à outra.” Essa frase de um geneticista russo que viveu na época do comunismo me faz lembra a minha vózinha. Certa vez na rodoviária de Belo Horizonte, MG, ela se virou para mim e disse: “Pelejo pra encontrar alguém ao menos parecido comigo, mas ainda não achei”, sorriu singelamente para mim e voltou a observar as pessoas que ali passavam enquanto esperava o ônibus.
Somos seres complexos em forma e atitude. É fato que tudo que somos fisicamente é herança da combinação genética de nossos pais junto a influências do meio, e esses são uma mistura de nossos ávos e assim sucessivamente. Anos, décadas, milênios de combinações de genes fizeram com que eu e você pudéssemos estar aqui hoje.
O DNA de cada um possui genes que determinam a base de como deve ser os olhos, nariz, altura e não podemos nos esquecer do cabelo, nosso foco principal nesse blog! São os genes os culpados pela espessura, tipo, cor e textura dos nossos cabelos.
Mas os genes não agem sozinhos, componentes ambientais, ou seja, fatores externos, como sol, poluição e fatores internos, como os nutrientes vindos dos alimentos e até o ar que respiramos podem contribuir na forma como nossos cabelos são.
Um exemplo para ficar um pouco mais claro é o caso de surfistas. Às vezes essas pessoas nascem com cabelos escuros e ao praticar esse esporte, após algum tempo, ficam com os cabelos loiros devido à exposição ao sol.

Contudo, essa história não é tão simples assim! Para que ocorram essas mudanças os diversos fatores ambientais e fisiológicos que interagem com o nosso genoma culminam com a ativação de genes específicos, provocando a expressão de pigmentos que formam o fenótipo do cabelo em uma determinada cor.
Deu um nó na cabeça? Calma que ainda não acabou. Quer entender como a genética contribui na calvície? Não perca o próximo post.

Foto: Flickr/Creative Commons: Ricardo Scholz

sábado, 5 de setembro de 2009

História do cabelo

Para as coisas mais específicas se encontra estudo e pesquisa hoje em dia. Ou melhor... para quase tudo! Procurando em livros de história não se acha conteúdo sobre uma parte que damos tanta importância no nosso corpo: o cabelo. Segundo a professora de História Contemporânea da Universidade Federal de Viçosa, Patrícia Vargas Lopes de Araújo, “não existe um foco, um interesse do historiador em trabalhar com essa questão. O cabelo está inserido em um outro contexto que é a história do corpo. Além da história do corpo, talvez na história das mulheres”.
Mas os cabelos fazem história sim. Eles tem o seu significado social e emblemático para cada época. Vamos pegar alguns exemplos. No período imperial usava-se cabelos partidos ao meio e muitos cachos. Na década de 20 tinham as melindrosas, com os seus cabelos curtos, chanel e que depois, nos anos 50, inspirou as mulheres a ficarem parecidas com os homens, em uma maneira de protesto e de busca por uma postura social e política mais bem definida. E quem não se lembra do cabelo black power. Movimento de grupos negros nos EUA que ganhou o mundo e ditou moda, principalmente, entre os homens.


O que permite que cortes e maneiras de cuidar do cabelo faça sucesso é a ideia que essas práticas transmitem. Como exemplo, temos as mulheres francesas que, de acordo com a historiadora Patrícia, passavam uma pasta nos cabelos para clareá-los. Elas buscavam o loiro, que era sinônimo de angelical, cuidado, pureza. Além disso, a professora acrescenta que a representação da virilidade, da força, e no caso das mulheres, da sedução, associada aos cabelos, era exposto nos retratos pintados.
Ou seja, com o cabelo se transmite mensagem, emoção e opinião. Até a decisão de deixá-lo a mostra ou não está ligado a questões particulares, de crenças e desejos. Quando as judias são proibidas de mostrarem os seus cabelos para as pessoas e só o fazem para os maridos, elas inibem que outros homens sintam-se seduzidos pelos seus longos cabelos. As indianas também não deixam o cabelo a mostra. Ver o cabelo é como ver a intimidade da mulher.
Mas e quando se fala dos homens? Ter a cabeça raspada já foi sinônimo de sabedoria, como sinal de desapego pelos sacerdotes egípcios, e agora, ficar sem os fios não é muito almejado. Todo mundo quando fala do próprio cabelo acaba por relatar uma história. Conta como ele já foi e como ele está no momento. E como o cabelo não se separa de nós ele acompanha todas as fases da nossa vida e pode ser usado como marcador dessas fases. Quando se decide mudar, o cabelo é o primeiro a sofrer alguma alteração, pois é o que expomos, com apetrechos ou não. Logo, a história do cabelo é a sua história.
O Cabeleira Confusa quer saber qual é a história do seu cabelo. Conte para nós a sua história. Vamos escolher e postar aqui no blog as três histórias mais incomuns. Mande a sua. Envie para cabeleiraconfusa@gmail.com

Leia também:

Fotos: Flickr/Creative Commons: Manu Galindo e foundphotoslj

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Cabeleira Confusa

De todos os tamanhos, formatos e cores. Assim são os cabelos! Há um para cada estilo, para cada ocasião, para cada personalidade, para definir época ou geração. Dessa forma, o cabelo é comportamento, é saúde. É a maneira como nos expressamos e dizemos para o outro, inconscientemente, quem somos.

Cuidados diários com o cabelo fazem parte da nossa rotina e sem perceber vivemos e discutimos sobre ele. Mas existem inúmeros tratamentos, pesquisas, profissionais, histórias e emoções por trás dos nossos fios.

O Cabeleira Confusa é isso e um pouco mais. Criado por mulheres de fios lisos e enrolados e com a mente borbulhante de dúvidas e curiosidades, vem discutir e mostrar tudo que se pode entender e saber sobre o cabelo.

Por sermos estudantes de jornalismo, além das famosas dicas, pesquisaremos o quanto esse ser inanimado que se abriga em nossas cabeças é verdadeiramente importante e o quanto ele possui mistérios. Quebraremos tabus e mitos com relação a esse assunto. Faremos entrevistas em áudio e vídeo e contaremos, é claro, com a ajuda de sugestões dos leitores desse blog.

Nosso blog pretende ser fonte primária no assunto (o cabelo em relação à saúde e ao comportamento) para aqueles que tiverem interesse em conhecer mais o que significa ter cabelo na atualidade. Ou você pensou que cuidar de uma cabeleira era uma coisa simples?

Para começar, fomos as ruas de Viçosa e perguntamos o que as pessoas achavam de seus cabelos. O resultado foi esse:



Agradecemos as pessoas que participaram do vídeo, a Lucas Araújo pela construção da logomarca do blog e a Thiago Araújo pela edição do vídeo.

Maristela Leão e Fernanda Viegas