sábado, 5 de setembro de 2009

História do cabelo

Para as coisas mais específicas se encontra estudo e pesquisa hoje em dia. Ou melhor... para quase tudo! Procurando em livros de história não se acha conteúdo sobre uma parte que damos tanta importância no nosso corpo: o cabelo. Segundo a professora de História Contemporânea da Universidade Federal de Viçosa, Patrícia Vargas Lopes de Araújo, “não existe um foco, um interesse do historiador em trabalhar com essa questão. O cabelo está inserido em um outro contexto que é a história do corpo. Além da história do corpo, talvez na história das mulheres”.
Mas os cabelos fazem história sim. Eles tem o seu significado social e emblemático para cada época. Vamos pegar alguns exemplos. No período imperial usava-se cabelos partidos ao meio e muitos cachos. Na década de 20 tinham as melindrosas, com os seus cabelos curtos, chanel e que depois, nos anos 50, inspirou as mulheres a ficarem parecidas com os homens, em uma maneira de protesto e de busca por uma postura social e política mais bem definida. E quem não se lembra do cabelo black power. Movimento de grupos negros nos EUA que ganhou o mundo e ditou moda, principalmente, entre os homens.


O que permite que cortes e maneiras de cuidar do cabelo faça sucesso é a ideia que essas práticas transmitem. Como exemplo, temos as mulheres francesas que, de acordo com a historiadora Patrícia, passavam uma pasta nos cabelos para clareá-los. Elas buscavam o loiro, que era sinônimo de angelical, cuidado, pureza. Além disso, a professora acrescenta que a representação da virilidade, da força, e no caso das mulheres, da sedução, associada aos cabelos, era exposto nos retratos pintados.
Ou seja, com o cabelo se transmite mensagem, emoção e opinião. Até a decisão de deixá-lo a mostra ou não está ligado a questões particulares, de crenças e desejos. Quando as judias são proibidas de mostrarem os seus cabelos para as pessoas e só o fazem para os maridos, elas inibem que outros homens sintam-se seduzidos pelos seus longos cabelos. As indianas também não deixam o cabelo a mostra. Ver o cabelo é como ver a intimidade da mulher.
Mas e quando se fala dos homens? Ter a cabeça raspada já foi sinônimo de sabedoria, como sinal de desapego pelos sacerdotes egípcios, e agora, ficar sem os fios não é muito almejado. Todo mundo quando fala do próprio cabelo acaba por relatar uma história. Conta como ele já foi e como ele está no momento. E como o cabelo não se separa de nós ele acompanha todas as fases da nossa vida e pode ser usado como marcador dessas fases. Quando se decide mudar, o cabelo é o primeiro a sofrer alguma alteração, pois é o que expomos, com apetrechos ou não. Logo, a história do cabelo é a sua história.
O Cabeleira Confusa quer saber qual é a história do seu cabelo. Conte para nós a sua história. Vamos escolher e postar aqui no blog as três histórias mais incomuns. Mande a sua. Envie para cabeleiraconfusa@gmail.com

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Fotos: Flickr/Creative Commons: Manu Galindo e foundphotoslj

2 comentários:

  1. Interessante saber como uma coisa tão banal como o cabelo tem tanta história assim...

    Abraços...

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  2. Emerson, continue nos acompanhando e você descobrirá muitas coisas sobre os seus cabelos. Coisas, talvez, que você faça todos os dias e desconhece.
    Novo post hoje a noite.

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