sábado, 10 de outubro de 2009

Cabelo é a moldura do rosto

Que o cabelo compõe o corpo está na cara. O que não parece muito obvio é a sua influência na construção da personalidade das pessoas. Quando se pensa em personalidade, muitas vezes, lembra-se das características psicológicas e individuais de cada um. Mas as particularidades físicas e sociais também são grandes contribuintes para a formação ou representação do indivíduo.

Foi isso que me disse a psicóloga Isabel Maria de Andrade: “cada um representando a si”. Os atores socias, que são os seres humanos, enquanto parte de uma sociedade, possuem as suas peculiaridades que são possíveis de agrupamentos. Nesse contexto, na vivência em instituições, começando pelas famílias, há a influência das relações com os parentes, afetividades sociais e ambientais.

A cabeleira de cada um já tem especialidades, devido aos fatores genéticos e de hereditariedade. Também, está ligada a alguns conceitos já existentes e reproduzidos. É o que mostra o trecho do livro “A linguagem do amor”, de Walter Sagardoy: “os cabelos sempre foram vistos, desde o começo dos tempos, como um símbolo de força, sedução, um diferencial para cada uma das pessoas”.



Além disso, a cabeleira, por permitir modificações é uma grande aliada das fases da vida. O que primeiro se pensa quando se sai de um período conturbado para uma época de calmaria? “Agora é tudo novo, bola pra frente”. Não é isso? E o que se muda, logo de cara? O cabelo. Aparência nova, vida nova!

O cabelo mexe com a auto-estima, com o sentir-se bem. Para Isabel, “nós podemos fazer uso da contemporaneidade para mudarmos o cabelo e ficarmos da maneira que quisermos”. Ou seja, atualmente, as experimentações e escolhas são mais permitidas. Tem-se mais acesso a produtos e tecnologias que podem proporcionam verdadeiras mudanças na “moldura”. “Posso dar retoques na moldura. Usá-la, moldá-la, acondicioná-la, detalha a psicóloga.

Os fios sobre a cabeça tem a força da imagem. Essa preocupação com a maneira como se é visto, é bem-vinda por proporcionar identificação. Por outro lado, a não aceitação de si pode gerar sérias neuroses, e consequentemente, ocasionar o afronte a própria natureza. Muitos são os vulneráveis as tendências das estações ou dos produtos norte-americanos, que para assumir um estilo são capazes de alterar partes inerentes ao corpo, com é o caso do cabelo.

Com os anos, os anseios sociais mudam. Isso é normal, isso é natural. Contudo, os níveis de exigência aumentam. O tão desejado termo “bem-sucedido” extrapola as questões econômicas, atingindo também a aparência. É a completude. Não se satisfaz mais em simplesmente ter potencialidades, é preciso sempre mais.

Logo, a vaidade de arrumar o cabelo está muito além de ser só um cuidado estético, é o “eu” sendo formado para a sua avaliação cotidiana.





















Foto: Flickr/Creative Commons: Studio Nouveau, Sherman W., Vít Hassan e Rafael Steil

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