Você está sempre em comunicação com outros seres vivos e com o mundo. A todo o momento variadas mensagens são transmitidas de modo verbal ou não verbal. São opiniões, desejos, sensações que contribuem nos relacionamentos em sociedade.
Nós, humanos, somos seres sociais que interagimos com os outros a partir da nossa cultura. O cabelo é uma importante ferramenta (vamos dizer assim) de transmissão de ideias. Como me disse o psicólogo da Divisão Psicossocial da UFV, Felipe Stephan Lisboa, "o cabelo é uma forma de expressão social".
Por meio dele os outros te percebem ao mesmo tempo em que você se percebe. Parece complicado? Vamos com calma... O cabelo está ligado a auto-estima e a auto-imagem. São compreensões que você tem sobre si. O que você é? Quais são as suas características?
Suas percepções sobre você são expostas pelo seu corpo (destacando aqui o cabelo), suas ações, seus pensamentos. E o que você externa, a imagem que você transmite de você, está relacionada às coisas que você crê e gosta.
"A gente se percebe pela forma como as outras pessoas nos enxergam". É assim que se forma a compreensão de muitas situações. E Felipe exemplifica: "uma criança faz alguma besteira. Ela percebe que é besteira à medida que os outros falam que é besteira".
A cabeleira tem função social de mediar relações interpessoais, de acordo com o psicólogo Lisboa. As madeixas comunicam e permitem a interação social. Mas e os carecas? Não ter cabelo também informa algo?
Em “É dos carecas que elas gostam” apontamos que os calvos podem transparecer segurança e estabilidade familiar. Porém, Felipe acredita que esses conceitos estão associadas à idade e ao amadurecimento natural. E acrescenta que a atração se dá pela combinação de muitos fatores, não só pela aparência.
Só tem um jeito de saber se a sua imagem realmente passa o que você acredita ser: quando você se vê no espelho e isso (a imagem refletida) “não é estranho pra você e você se sente bem”, conclui Felipe Lisboa.